A Tragédia do Artista

Alexandre Cezar Fh

Rrrrrrrespeitável público, vim contar a vocês uma coisa engraçada. Esta história é sobre alguém que alcançou tudo… e amanheceu com nada. Essa pessoa era responsável pelo seu entretenimento! Hoje, sofre! Pois tinha sentimentos cristalizados que foram desmanchados pelo vento! O pior é que essa pessoa não morreu e também não se suicidou. Obedecendo à porcaria hollywoodiana do sonho americano… santa californicação, encontrou o “verdadeiro amor”.

— Vamos voltar um pouco no tempo para compreender um pouco dessa história. Ele cantava e contava assim:

Eu tenho medo do pouco, porque o pouco pra mim é demais. Eu tenho medo do pouco... Medo demais...

Meu medo é de ser bem-sucedido, cabelo com brilho e não o sorriso. Meu medo é ter e não ser, fazer por “ter que” e não por viver.

Eu preferia ser desengonçado a ser peito de pombo, fit e marombado. Vão me dizer que “da vida desisti.” Só que o meu maior sonho era fazer um “vocês” sorrir. O resultado mais que esperado, procuro emprego, mui’ desesperado. Corro de baixo para cima, do norte ao sul, para pagar aluguel, vendo o meu violão bem baratinho.

Agora até arrumei um emprego, mas sabe que no desespero nada é de graça. Não tinha mais tempo para compor, porque tinha uma obra onde cortavam concreto e ferro.

Cansado e cansado chega o fim da semana, minha mulher quer festa e eu quero cama. Eu permaneço com medo do pouco, não que o pouco não mereça. Meu pavor é o pouco demais: um domingo na sogra, tomando cerveja.

Tenho medo de pouco, pois pouco nunca quis! Medo de ser um velho barrigudo, cidadão de bem, bem infeliz! E com inveja dos vagabundos... Então, venho cantar! Eu vou te mostrar! Ouça com muita atenção que,

Eu tenho medo do pouco, porque o pouco pra mim é demais. Eu tenho medo do pouco, me deixa em paz! Artistas olham pra mim e dizem: "Lá vai ele, que desperdício, caiu na rede. Lembra como tocava bem? Compunha poemas! E hoje é refém… — do sistema. —"

Sist vem pra te devorar. — Monstro verde! — Do ódio, da raiva, da fome e da sede. Pelo pouco vai te deixar louco. Se não fosse por Deus, o monstro matava (o que há de) Celeste(s).

Ah, que peste!! Ter que fazer conta no Excel, podia estar construindo um universo, caindo do céu. — Leão Negro! — Morreu!!!! Morri…

Hoje pago boletos, tento emagrecer, mas preciso vender. Vender, pra comer alguma coisa, algo ou alguém. Tudo é mais difícil, sou um cidadão de bem. Eu já fui um bom compositor, mas me perdi no que a Disney disse ser amor. Então, vou te contar: Pra além de "quinze segundos vai sorrir" Para de rir! Para de rir. Tenho dó. Eu me rendo. A cada silêncio meu, (Fudeu! Fui picado pelo Sist, o monstro Sist me mordeu!) minha saliva, meu próprio veneno. O meu conflito é conforto, pois só em guerra que estou em paz. Ser diferente do outro... me faz pensar. Tenho pensado demais em quebrar as correntes, com unhas e dentes, da minha gravata. — Vai doer!! — Pois contar o que penso é uma afronta, é capaz de perder o emprego e até mesmo a vida. Não o fôlego da mesma, mas a poesia.

Com julgamentos frios, argumentos vazios, tentam me convencer que vender, vender, vender, vender é o segredo da vida para vencer. Comprar, comprar, comparar, comprar é o segredo da vida para ser feliz, ser amado e sonhar. — Com a miséria. — Competir para sorrir. Vender e vender e vender e vender, água e comida, moradia, coisas que a constituição deveria prover.

Não sei se mais vale a pena me expressar ou me ma…, tá. Amanhã pode ser eu, quem da constituição vai precisar, advogado público. Tô desempregado de novo, não tenho como pagar… Aliás, a novidade para mim é ter emprego.

Por onde passo ouço: devido às minhas atitudes, pouco mereço. Mas, como pode o muito para mim ser pouco para os que querem mero aconchego e esse mundo que me oferecem para conquistar, é justamente o pouco que tanto tenho medo!?

~~ Ainda é cedo para chutar o balde, então…~~

Honorários, horários, meu tempo esgotado, compondo canções ou fazendo outrem rico. — Que otário! — Salário e o que eu sinto!? Vendi minha vida, em troca de alguns trocados. Só lamento, memento, lamento e excremento a dor d’ma vie! Trocar time for money e a life se foi com o vento nas lives de como investir seu tempo, para que outros tenham tempo, mas tudo foi disfarçado com desenvolvimento pessoal, programação e investimentos atrelados. E amigos, hoje não tenho mais. Restaram-me sorrisos falsos, facadas por trás no calor dos abraços. Mas tem plano odonto, saúde, VR e VA. Mas cada vez que bato aquele ponto dá vontade de… trrráá tá tá tá tá tá tá! Virar minha mesa.

Vou ligar para minha namorada, me desculpar, não vou presenteá-la. Não há nada para comemorar. NUNCA HOUVE! E no natal o vermelho será da parede que vou pintar, pois no cear, vou estourar minha cabeça!!

Vou arrebentar a porta! O que importa? Assim como a cruz, madeira é madeira. Derruba!!! Minha vida fechou! Estou preso… mas minha mente veio com o vento para me relembrar… — Que sou livre! — E mesmo com a voz horrível e desafinada ainda sei cantar, embora a mais bela das vozes em minha cabeça grite: "DESISTE!" Vou só mais uma vez, me expressar...

Que eu tenho medo do pouco, porque o pouco para mim é demais Meu conflito é conforto, me deixa em paz.

O meu conflito é conforto, só quando em guerra que me encontro em paz! Eu tenho medo do pouco. — pesado... pouco pra mim é mais que demais.

Medidas Especificações

Percentual de encolhimento pós lavagem: Comprimento 4/7% Largura 3/5%.

Atenção: As medidas podem variar um pouco, até 3cm pra mais ou pra menos, mas nada que mude o quanto ela vai ficar legal em você!

Técnica de impressão: Silk Digital HD.

Composição: 100% algodão, meia malha penteada, costura reforçada, gola em ribana, 165g, fio 30.1.

Cores do produto: Como cada tela de computador ou celular tem seu próprio jeito de mostrar cores, então a cor da sua camiseta e da estampa pode ser um pouco diferente do que você viu online.